sexta-feira, 20 de março de 2009
Albert Bandura nasceu em 4 de dezembro de 1925 na pequena cidade de Mundare em Alberta do Norte, Canada. Foi educado em uma pequena escola do ensino fundamental em um edifício com recursos mínimo. mas com uma significativa taxa de sucesso. No final do ensino médio, trabalhou durante o verão enchendo buracos no Alaska Higway em Yukou. Formou-se em bacharel em psicologia pela Universidade da Colúmbia Britânica em 1949, e recebeu o título de doutor pela Universidade do Estado de Iowa, em 1952, onde foi influenciado pela tradição do behaviorismo e pela teoria da aprendizagem, conheceu Virginia Varns, uma instrutora de enfermagem. Eles se casaram e mais tarde tiveram duas filhas. Após a graduação, teve uma candidatura para o pós-doutorado no Wichita Guidance Center, Wichita, Kansas. Em 1953, começou a ensinar na Universidade de Stanford, Enquanto lá, ele colaborou com o seu primeiro aluno, Richard Walters, resultando em um livro intitulado, "Adolescent Aggression", em 1959. Entretanto, Walters morreu jovem em um acidente de carro. O professor Bandura foi presidente da associação Americana de Psicologia em 1974 e recebeu desta o prêmio por Ilustres Contribuições Científicas em 1980. Ele entrou para a Universidade de Stanford em 1953, onde trabalha até os dias de hoje.
Interesses
Bandura fez treinamento em psicologia clínica e ao longo dos anos, tem demonstrado inovações na área da aprendizagem, observando problemas motivacionais sutis, relacionados à agressão e, ultimamente, tem olhado para a agressão definida em termos de moralidade e de códigos morais. Também formulou uma versão do comportamentalismo denominada teoria cognitiva social.
Teoria
A teoria de Bandura é uma formar de comportamentalismo, que procura concentrar-se na forma de observação do comportamento dos individuos em interação. Ressalta também o papel do reforço na aquisição e modificação dos comportamentos pessoais. Para Bandura, as respostas comportamentais não são automaticamente "produzidas" por estímulos externos como a de um robô ou uma máquina, mas sim, as reações a estímulos são auto-ativadas. Quando um reforço exterior altera o comportamento, ele o faz porque o indivíduo tem percepção consciente do que está sendo reforçado e antecipa o mesmo reforço por comportar-se da mesma maneira. Comportamento, com sua ênfase em métodos experimentais, incide sobre as variáves que pode ser observado, medido, manipulado, e rejeita qualquer coisa que é subjetiva, e não interna. No método experimental, o procedimento e a de manipular uma variável e, em seguida, medir seus efeitos sobre a outra. Tudo isso leva a teoria da personalidade dita que o ambiente influencia em nosso comportamento. Bandura, considerou que isso era um pouco mais simples para os fenômenos observados, e, por isso, decidiu acrescentar um pouco mais à fórmula sugerida, que o meio ambiente provoca comportamento, e é certo, mas esse comportamento fazer o ambiente também. Definindo este conceito com o nome de determinismo reciproco, o mundo e o comportamento de uma pessoa que provoca mutualmente.
Estudo
Primeiramente, Bandura começou estudando a agressão em crianças. Juntamente com Dick Walters, fizeram um estudo de campo sobre antecedentes familiares na agressão, e descobriram que os melhores precursores eram o estilo de vida que as famílias exemplificavam e reforçavam. O comportamento que os pais mostravam e as atitudes que eles exibiam quanto a expressão da agressão, tanto em casa como fora dela, emergiram como determinantes de importância. Começou, então, a desenvolver estudos de laboratório e também paradigmas de modelagem, para examinar sistematicamente os efeitos da exposição a modelos agressivos sobre o comportamento das crianças. Os estudos experimentais em que foram utilizadas metodologias rigorosas, demonstraram que, a curto prazo, a exposição a modelos agressivos na televisão conduz a comportamentos agressivos nas crianças expectadoras, o que confirma a posição teórica de Bandura a respeito do fator modelo na aquisição e manutenção de comportamentos. Ou seja, o comportamento agressivo se adquiri através do exemplo, através da experiência direta e também da interação com fatores estruturais. As pessoas são instigadas à agressão por influências modeladoras, vendo outros agredirem. E através de experiências adversativas – insultos pessoais, ataques físicos, oposição ao comportamento dirigido a uma meta, reduções adversas na qualidade da vida.
A agressão é mantida por vários fatores. É mantida por conseqüências externas – recompensas materiais, recompensas sociais e status. Ela é também reforçada quando as pessoas aliviam o tratamento primitivo através de recursos defensivos. O desempenho da agressão é afetado pelas recompensas ou punições observadas – reforço substitutivo. Uma das melhores maneiras de reduzir a agressão é através do fortalecimento de outras respostas que tenham valor funcional. Por exemplo, verifica-se que pessoas que recorrem à agressão física para resolver seus conflitos interpessoais geralmente têm baixa habilidade verbal (daí uma ocorrência maior de agressão física na classe social baixa). Se aprenderem a resolver verbalmente este tipo de conflito, o comportamento de agressão decresce. Outra maneira de modificar o comportamento agressivo é através da apresentação de modelos que exibam respostas socialmente aceitas (por exemplo, cooperação). No livro sobre agressão, Bandura destaca quatro formas diferentes para tentar reduzir a modelagem comercial da violência na televisão. Uma delas refere-se ao controle pelo Congresso. É através da proibição daquilo que não tem valor que as mudanças de comportamento são bem estabelecidas. A segunda abordagem é o autocontrole da produção. Como o gênero ação-aventura é econômico, os programas violentos tornaram-se predominantes na televisão. Outra abordagem é o desenvolvimento de um sistema para monitorar o nível de violência e por último, o desenvolvimento de uma programação alternativa, fora dos meios comerciais, através da qual influenciaria a televisão comercial.
Autores que usaram como referencia
Em Iowa, Bandura foi influenciado por Kenneth Spence, que tinha trabalhado com Clark Hull (1943, 1951,1952) em Yale, e pelos escritos de Miller e Dollard, principalmente com o livro "Imitação e aprendizagem" escrito por eles. Este foi um estímulo para alguns dos seus primeiros trabalhos: "Social Learning and Imitation" Interessou-se pelo desenvolvimento da noção de experiência substitutiva e da série de fenômenos que poderiam ser explicados através de uma abordagem de aprendizagem social. Com base na teoria da aprendizagem de Hull, na teoria Skinneriana e nos conceitos de modelagem e imitação, sua pesquisa resultou em uma notável abordagem da modificação do comportamento mais ampla e mais orientada pelo social, que ele chama de Teoria da Aprendizagem Social.
Conclusão
As pesquisas de Bandura, suas teorias e aplicações foram bem aceitas na psicologia. Foram utilizadas no estudo do comportamento em laboratório e em sua modificação em clínica. Para ele, as pessoas aprendem muito através da imitação, o que o levou a interessar-se pela aprendizagem pela observação e a formular sua teoria cognitiva social, envolvendo-se com questões referentes à agressão e a auto-eficácia. Bandura também desenvolveu terapias comportamentais que têm sido utilizadas em várias situações na nossa atual sociedade, ou seja, uma sociedade tecnológica, na qual a importância do fator modelo é enorme. As crianças aprendem não apenas o que lhes é dito que devem fazer, mas principalmente o que vêem ser feitos por outras pessoas. Enquanto antigamente os modelos eram quase que exclusivamente os pais e membros mais próximos da família, hoje os modelos são fornecidos geralmente pelos jornais, revistas, cinema e, especialmente, a televisão. Pode-se destacar a grande importância da aplicação dos estudos de Bandura nas questões educacionais, podendo ser bem estabelecidas pelas escolas, onde bons professores podem servir de modelos a fim de incentivar ou estimular o gosto pelo estudo, uma vez que imitação do professor, feita pelos alunos, é evidente dentro das salas de aula.