quinta-feira, 19 de março de 2009
A noção de arquétipo e seu correlato, o conceito de inconsciente coletivo fazem parte das teorias mais conhecidas de CG. JUNG. É possível retraçar suas origens até as publicações mais antigas, como a dissertação médica "Sobre a psicologia e psicopatologia dos fenômenos chamados ocultos (1902), em que descreve as fantasias de um jovem médium histérico e procura analisar suas possíveis causas subjetivas. Indicações dos conceitos encontram-se em vários de seus escritos subseqüentes; aos poucos cristalizam-se, a título experimental, as primeiras definições que são formuladas de modo sempre novo, até surgir um ceme teórico mais estável (no sentido original da palavra "concepção").
A primeira parte do volume IX - dividido em dois tomos - consiste de trabalhos, publicados entre 1933 e 1955, que esboçam e aperfeiçoam os dois conceitos. O olume é introduzido por três ensaios que poderíamos considerar como lançamento teórico da pedra fundamental: "Sobre os arquétipos do inconsciente coletivo", fruto de uma conferência na reunião Eranos de 1933; "O conceito de inconsciente coletivo", também um texío de conferência (1936), que teve de ser traduzido do inglês; e "Sobre o arquétipo com referência especial ao conceito de anima", publicado
pela primeira vez em 1936. Seguem publicações que descrevem arquétipos específicos como o da mãe, do renascimento, da ciiança divina, de Core (a donzela), depois o motivo do espírito como aparece em incontáveis variantes dos contos populares e a figura do chamado Trickster. Finalmente estuda a relação dos arquétipos com o processo de individuação, uma vez de modo teórico no ensaio "Consciência, inconsciente e individuaçào" (1939), outra vez de modo prático, isto é, aplicado a um processo particular de individuação, como se vê num trabalho analítico de JUNG, baseado numa série impressionante de quadros.
Do simbolismo das mandalas tratam o úítimo ensaio e um apêndice de 1955. Neles, além de rico material da historiadas religiões e do pensamento humano, há figuras da prática psicoterapêutica do autor, portanto produtos espontâvneos do inconsciente de contemporâneos para descrição e interpretação.
As ilustrações, que foram publicadas pela primeira vez na edição de "Gestaltungen des Unbewussten" (1954), foram refotografadas com melhor técnica para mais perfeita reprodução no volume das Obras Completas. Além disso foi possível reproduzir parcialmente em cores toda a série de figuras que ilustra o ensaio "A empiria do processo de individuaçâo" e acrescentar mais sete figuras que o próprio autor escolheu dentre o material que teve em mãos para a edição anglo-americana do tomo 1X/1 (1959).
Retirado do livro: Os Arquetipos e o Inconsciente Coletivo - Carl Gustav Jung, editora Vozes, ISBN(edição alemã) 3.530.400s4-x, ISBN(edição brasileira) 85.326.2354-9